Serviço do show
Mário Salimon
Teatro Casa dos Quatro, 13, 14 e 15 de outubro, 20h00
50 lugares não numerados por noite, com lista nominal de participantes na entrada.
Siga as instruções abaixo e, se tiver dúvidas, escreva para mariosalimon
- Coloque seu nome (conforme documento de identidade que apresentará no dia) e email para contato.
- Faça o depósito do valor na conta abaixo publicada
- Envie o comprovante por Whatsapp ou email mencionando os nomes correspondentes na lista abaixo
- A validação ocorrerá em resposta a seu email ou mensagem de Whatsapp
Valor do ingresso: R$ 80
Conta para depósito: Banco do Brasil, AG 2881-9 CC 5443-7, CPF 062.292.368-42
Whatsapp para informações e envio do comprovante de depósito: 98234 1888
Email para envio de confirmação do depósito, caso não tenha Whatsapp: mariosalimon@mariosalimon.com
Sobre o show
Depois de um hiato de cerca de dois anos, volto ao palco com um show inédito e muitas canções predominantemente desconhecidas compostas no curso dos últimos oito anos. Faz quase uma década que não apresento um trabalho autoral, e isso já estava me incomodando. Queria muito cantar de novo, mas não naquele batido contexto de botequim, interpretando outros artistas, com o mesmo velho repertório.
Então, perguntei a mim mesmo: que tipo de show sempre desejei fazer, mas nunca consegui montar? Pensando no começo de minha carreira, lembrei de como foram inspiradores os trabalhos audiovisuais de Laurie Anderson, Thomas Dolby e, sobretudo, Kraftwerk. Também me lembrei de que, muito embora tivesse desenvolvido carreiras paralelas na música e no cinema, nunca havia, por incrível que pareça, juntado essas duas vertentes em meus shows. Concluí que deveria me dedicar a montar, obviamente dentro das condições oferecidas pelo nosso complicado contexto, um show audiovisual em que minhas criações de som e imagem se fundissem ao vivo.
Como se tratava do pagamento de uma dívida que tenho comigo mesmo - de um resgate de um antigo desejo, melhor seria dizer - resolvi chamar o projeto, por falta de um nome melhor, de 30AnosDepois. Trata-se de uma apresentação musical a ser desenvolvida à frente de uma projeção em vídeo, que mostrará filmetes relacionados às canções, fundos de palco dinâmicos e intermezzos com curtas que produzi de modo mais experimental e com minhas próprias composições instrumentais eletrônicas e eletroacústicas.
A produção é independente, não conta com fundos públicos e está sob minha própria responsabilidade. Além de composições de minhas autoria, haverá parcerias que fiz com Marcelo Feijó, Paulo Laboissiere, Fabrizio Michels e Giovanna Carla. O repertório está crescendo, e poderá chegar a 15 títulos autorais praticamente inéditos, além de músicas de Human League, Kraftwerk, Yellow Magic Orchestra e Robison & Conley. Juntam-se a mim no palco Pedro “Doca” (guitarra e instrumentos eletrônicos), Alexander Raichenok (saxofone) e Filipe Togawa. Para mim, esse show será uma aventura. Espero que também agrade ao meu dileto público!
por Marcelo Feijó
Nós que amávamos o Kraftwerk, e ficamos enfeitiçados pelos sons eletrônicos produzidos por sintetizadores e voice coders em plenos anos oitenta do Século XX, sabíamos que algo novíssimo viria. E veio. Agora, hoje, recomeçamos a juntar as pontas. E as vanguardas dos anos 80 parecem mais que nunca lúcidas. Uma nova correlação entre tempo e espaço está instalada. E Mário Salimon, desde sempre visionário, coloca lenha na sua usina criativa para traçar um novo arco no tempo e (re)projetar o passado no futuro. E refletir entre sons e imagens sobre nosso tempo.
Vivemos em um tempo de fusões de linguagens. Os sons e imagens convivem em um novo território de possibilidades. As informações, sons, imagens, desenhos e/ou planilhas, no mundo dos computadores, são dados matemáticos que podem ser manipulados pelos softwares, movidos a desejos e idiossincrasias humanas. Assim, o novo mundo digital forja um território com novas fronteiras onde as linguagens podem se somar para forjar possibilidades. Uma nova dimensão humana se revela possível, entre o homem e a máquina.
Mário Salimon com sua voz grave e intensa, “suas” imagens recolhidas no mundo, trabalha os limites deste novo hibridismo em que os sons e imagens podem ser gerados em diálogo, onde o som é imagem e a imagem é som, em uma fusão de sensações sonoras e visuais. Tudo parte da constatação de que este hibridismo está consolidado nas experiências humanas contemporâneas, hoje entremeadas por momentos de passagem entre o real e o virtual. Estamos todos imersos entre informações circulando nos fluxos das redes sociais. Como os artistas podem reagir e interagir com esta nova realidade?
Um dos desafios é somar estas novas possibilidades à experiência insubstituível da performance no palco e/ou da voz humana ao vivo. Demasiadamente humana, tudo como sempre foi! É o que faz Mário Salimon com suas montagens meticulosamente construídas em fusão com seu próprio corpo e voz, renovando as possibilidades estéticas destas interações.
O encontro entre música e imagens passa a ser um novo ponto de partida possível em busca de renovados limites. A música transita por antigos e novíssimos territórios. Está “entre” muitas possibilidades. Ela se funde com as imagens. É extraída dos ritmos mais primitivos para ser lançada em um universo de possibilidades virtuais, com novos limites, caminhos para repensar e interpretar, nos entroncamentos entre o audível e o visível, o mundo contemporâneo com todas suas contradições e ambigüidades.
Mário Salimon buscou energia na fonte pura do Kraftwerk, após uma trajetória de bluesman, paralela à de produtor audiovisual, para fazer neste show um acerto de contas também com David Bowie, Talking Heads, Bauhaus, Oscar Niemeyer, e tantos outros ídolos que nos assombram e fazem viver. E volta a beber na sintética água cristalina para gerar uma vivência visceral e artificial. Uma prova de que hoje (no futuro) um artista forjado nos anos 80 do Século XX está em lugar privilegiado para ver, ouvir e (ou)ver. Agora!